Petrobras investiu cerca de R$ 120 milhões na execução do maior Projeto de Monitoramento de Praias do mundo em 2021
Mais de 23 mil animais, de 94 espécies, foram monitorados no litoral brasileiro ao longo do ano
A Petrobras investe continuamente em programas ambientais e, atendendo condicionantes para licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mantém o maior Projeto de Monitoramento de Praias do mundo, cobrindo mais de três mil quilômetros do litoral brasileiro. Para execução deste Projeto, no último ano, foram investidos cerca de R$ 120 milhões.
Ao todo, foram resgatados mais de 23 mil animais debilitados ou mortos nas praias do litoral brasileiro pelo Projeto de Monitoramento de Praias (PMP). Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados com maior incidência de animais registrados pelo projeto. Santa Catarina, por exemplo, teve quase nove mil animais encontrados debilitados ou mortos; seguido de Rio de Janeiro e São Paulo, com quase quatro mil cada.
Segundo levantamento, foram 94 espécies monitoradas e praticamente a metade dos indivíduos, 10 mil eram tartarugas marinhas. No Brasil, ocorrem cinco espécies, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro. De acordo com os dados obtidos em 2021, o litoral sudeste é o local com maior incidência: Rio de Janeiro (cerca de 2600), São Paulo (com mais de 1600) e Espírito Santo (aproximadamente 1500). Lembrando que regiões do Rio de Janeiro e do Espírito Santo são áreas prioritárias para a reprodução de algumas espécies. Os pesquisadores explicam que em muitos casos as tartarugas são encontradas machucadas por algum petrecho de pesca ou debilitadas por ingestão de lixo.
Entre as aves marinhas, os Pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) são destaque na pesquisa, com aproximadamente 6800 animais registrados, um número 20% maior que o ano passado, quando foram registrados quase 5700 pinguins, no mesmo período. Confira os dados aqui.
Outras espécies de aves encontradas pelos pesquisadores foram: gaivotas (Larus dominicanus), atobás (Sula leucogaster), bobo-pequeno (Puffinus puffinus) e fragatas (Fregata magnificens). De acordo com os dados, no Rio de Janeiro, muitos animais foram encontrados com lesão por interação com linha de pipa. “Este número cresceu nos últimos anos com a pandemia. Antes era comum atendermos animais com ferimentos causados por linha de pipa no verão ou férias escolares, mas, com a pandemia e as crianças mais tempo em casa, o número infelizmente se tornou constante nos meses do ano”, explica Juliana Savioli, coordenadora veterinária da Econservation, empresa responsável pela execução do PMP no litoral fluminense.
Em 2021, também chamou a atenção das equipes de monitoramento o aumento de encalhe nas praias de cetáceos como baleias, golfinhos e botos. Enquanto em 2020 houve aproximadamente mil ocorrências, ao longo de 2021 foram registrados cerca der 1300 animais. A Toninha, por exemplo, espécie de cetáceo mais ameaçada no Brasil, foram resgatados mais de 500 indivíduos no último ano. Só em Santa Catarina foram aproximadamente 300 animais encontrados e mais de 200 em São Paulo.
A Petrobras trabalha em parceria com diversas organizações científicas e com as comunidades locais para a realização deste projeto. Atualmente são quatro PMPs, que, juntos, constituem o maior programa de monitoramento de praias do mundo. São 10 estados litorâneos, acompanhando mais de três mil quilômetros de praias em regiões onde a companhia atua. A Petrobras investe em projetos e ações para ampliar o conhecimento, conservação e recuperação da biodiversidade.
Cada região tem sua peculiaridade. No Ceará e no Rio Grande do Norte, por exemplo, é comum avistar peixes-boi marinhos nas praias do litoral. Atualmente, 22 peixes-boi estão em reabilitação nas bases do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar e quatro estão em cativeiro de aclimatação, para, em breve, retornarem ao seu habitat natural. Desde 2009 as equipes estão trabalhando na conscientização da população local para a preservação desta espécie, ameaçadas de extinção do Brasil. “Após a reabilitação e readaptação em cativeiro de aclimatação, esses animais serão soltos para o seu ambiente natural e, antes da soltura, os peixes-boi recebem um número de identificação e um equipamento que permite localizá-los. Segundo Vitor Luz, coordenador geral do PMP no Ceará e veterinário da Aquasis, este rastreador muitas vezes chama a atenção da população e dos pescadores que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, estamos realizando um trabalho educativo com as comunidades locais para explicar a funcionalidade e importância deste rastreador, já que serve para acompanharmos a adaptação, saúde e desenvolvimento do animal”, explica.
Reabilitação
Todos os animais marinhos encontrados debilitados são avaliados e, quando necessário, encaminhados para o atendimento veterinário. Após a estabilização clínica, eles são reintroduzidos na natureza. Entretanto, antes da soltura, todos recebem uma marcação para possibilitar sua identificação caso retornem ao litoral brasileiro.
As empresas contratadas pela Petrobras para a execução do projeto trabalham conjuntamente. Muitas vezes um animal é resgatado em uma região e transferido para soltura ou tratamento em outro estado. É o que acontece, por exemplo, com os pinguins. As solturas são realizadas normalmente no litoral de São Paulo e Santa Catarina, pois as correntes marinhas são mais favoráveis. Além disso, pela característica da espécie, o ideal é que retornam ao seu habitat em grupos, para facilitar a rota migratória.
Um caso emblemático em 2021 foi o de um lobo-marinho, carinhosamente batizado de Zé pelos veterinários. Resgatado em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, esteve em tratamento por sete meses e, para a soltura, foi transportado, de avião do Rio de Janeiro para Santa Catarina, local com condições de maré favoráveis e ocorrências da espécie.
O monitoramento é fiscalizado pelo Ibama e compreende o registro, resgate, necropsia (no caso dos animais mortos), reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo com as políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha. A população também pode participar, acionando as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones abaixo.
PMP-BS Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341
PMP-BS Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151
PMP-BC/ES (RJ) – 0800 0262828
PMP-BC/ES (ES) – 0800 0395005
PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) – 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971
PMP-RNCE (RN) – (84) 98843 4621 e 99943 0058
PMP-RNCE (CE) – (85) 99800 0109 e 99188 2137