Petrobras esclarece sobre a sua rentabilidade e a comparação com empresas internacionais de petróleo
Em resposta à notícia publicada pelo UOL, a Petrobras esclarece que a rentabilidade da companhia está em linha com os seus pares da indústria mundial do petróleo.
Os resultados econômicos recentes da Petrobras têm sido influenciados, principalmente, por sua estratégia de maior eficiência, redução de custos e investimentos responsáveis, como na produção de petróleo e gás natural no pré-sal. Cerca de 80% dos ganhos da companhia nos últimos anos foram provenientes das atividades de Exploração e Produção (E&P). Não são, portanto, resultados da comercialização de combustíveis no mercado interno.
Lucro líquido e margem líquida são informações insuficientes para comparar negócios diferentes
Embora as empresas citadas na matéria sejam todas do setor de petróleo e gás natural, elas possuem portfólios de negócio distintos. Algumas são focadas em E&P, como a Petrobras, enquanto outras possuem participação relevante em distribuição e trading de combustíveis.
O negócio de E&P do pré-sal possui margens de lucro muito maiores do que a atividade de distribuição e trading, que opera com margens menores. Mas isso tem uma contrapartida: o E&P demanda investimentos bilionários e de alto risco, que são realizados anos antes do início da produção de petróleo e geração de receita do projeto. Esses investimentos realizados não aparecem nos números de lucro líquido e margem líquida da companhia.
A análise comparativa de lucratividade é, portanto, insuficiente quando se compara diferentes portfólios de negócio. É preciso comparar o lucro gerado com o capital investido, indicando a rentabilidade real do negócio. Isso fornece uma visão mais completa e permite comparar empresas de diferentes indústrias ou aquelas com atuação distinta dentro de um mesmo setor.
Em 2021, a rentabilidade da Petrobras, medida pelo Retorno sobre o Capital Empregado (ROCE), foi de 7,8%, sendo compatível com a média obtida pelas maiores petrolíferas no mesmo período, de 13,1%. No primeiro trimestre de 2022, o ROCE da Petrobras foi de 9,9%.
Além disso, deve-se ter cautela com a observação da lucratividade reportada pelas empresas, uma vez que pode estar sujeita a efeitos de receitas e despesas não recorrentes. Neste ponto, cabe destacar que empresas citadas na matéria reconheceram perdas substanciais não recorrentes em seus demonstrativos financeiros do primeiro trimestre de 2022, em função sobretudo da retirada de seus negócios da Rússia, impactando negativamente a lucratividade.
Maior beneficiária dos resultados da Petrobras é a sociedade brasileira
A maior beneficiária dos resultados da Petrobras é a sociedade brasileira, especialmente por meio dos recursos destinados à União, estados e municípios, que podem ser utilizados em políticas públicas para os mais diversos fins.
Somente no primeiro trimestre de 2022, a Petrobras pagou R$ 70 bilhões aos cofres públicos entre tributos e participações governamentais, praticamente o dobro do valor recolhido no mesmo período de 2021. No ano passado, a empresa recolheu R$ 203 bilhões em tributos próprios e retidos, maior valor anual já pago pela companhia, um aumento de 70% em relação a 2020. Adicionalmente, o montante destinado pela Petrobras neste ano em dividendos para a União soma cerca de R$ 32 bilhões até julho.
Esses valores expressivos demonstram que as atividades da Petrobras retornam muito mais para a sociedade brasileira por meio de arrecadação e dividendos do que em lucro para a própria empresa.