Notícias

Rio Oil & Gas 2022 recebe certificado de neutralização para as emissões de carbono geradas no evento

A aquisição dos créditos foi feita “ao vivo” durante a abertura das atividades na Arena ESG

A Rio Oil & Gas recebeu  o certificado de neutralização para as emissões de carbono geradas no evento. Esta é a primeira vez que a feira é carbono zero. A diretora-executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Fernanda Delgado, recebeu o certificado de neutralização do diretor-executivo da plataforma BlockC, Carlos Mathias Martins, responsável por intermediar a aquisição dos créditos equivalentes a 170 toneladas da CO2, na abertura da Arena ESG. Esta é a quantidade estimada de emissões, provenientes sobretudo dos geradores de eletricidade
do evento.

“Isto mostra o comprometimento da indústria de óleo e gás. Mostra que a gente realmente abraça a transição energética, a descarbonização, que a indústria tem esse compromisso e que a gente vai cumprir”, disse Fernanda.

Os créditos adquiridos foram gerados pelo projeto Envira Amazônia, uma área florestal de mais de 39 mil hectares no Acre que desenvolve atividades agroflorestais em parceria com comunidades locais. A operação de aquisição foi realizada na bolsa global
de créditos de carbono ACX (Aircabon Exchange).

“Eu acredito que o setor de óleo e gás tem um papel fundamental para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Uma parte das soluções está aqui. Nada será feito sem passar pelo setor”, afirmou Carlos Mathias.

Renovabio

Apenas 13% das emissões do país tem como origem os combustíveis líquidos. Apesar da baixa participação geral na geração de CO2, o setor de combustíveis sabe que pode contribuir mais no processo de descarbonização da matriz, ressaltou Valeria Lima,
diretora executiva de downstream do IBP, durante painel “Renovabio – as lições aprendidas do primeiro mercado de carbono do Brasil”, que discutiu o programa, na Arena ESG.

Lorena Mendes, coordenadora do Renovabio, programa do Ministério de Minas e Energia para ampliar a oferta de biocombustíveis, destacou que “descarbonizar é uma questão de sobrevivência, competitividade e também de oportunidades para o Brasil no cenário global”. Entre as ações está a construção de um mercado de carbono, com a comercialização dos CBIOs, créditos de descarbonização que neste ano já movimentou R$ 3 bilhões em negociações na B3.

Baixo Carbono no Longo Prazo

Outro tema discutido na Arena ESG foi o que precisa ser feito para o setor de óleo e gás atingir a neutralidade de carbono até 2050. Os projetos do setor colocaram em evidência o desmatamento como uma das maiores ameaças para a transição para
economia de baixo carbono no Brasil. Agnes da Costa, chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do Ministério de Minas e Energia, reforçou o papel de estudos guiarem os projetos desta temática. “Os estudos mostram que, se não controlarmos o desmatamento, vamos ter muita dificuldade de cumprir as metas de neutralidade de carbono até 2050”, afirmou Agnes, durante o painel “Os projetos do setor de óleo e gás para trajetória brasileira de neutralidade climática em 2050”.

Um levantamento do Programa de Planejamento Energético, da Coppe/UFRJ, apresentado pelo professor adjunto Pedro Rochedo, baseado em ferramentas matemáticas de modelagem, concluiu que o controle do desmatamento é uma medida
essencial para o Brasil, se quiser manter seu papel de relevância em uma economia de baixo carbono no futuro.

“É fundamental termos uma estratégia de desenvolvimento de baixo carbono de longo prazo, pois o desafio para a neutralidade até 2050 é enorme. Um dos melhores cenários do nosso estudo aponta que com leilões das permissões de emissões, devolvendo para a economia e mantendo a carga tributária neutra, os setores que receberão mais benefícios serão os que geram mais empregos. Vamos usar receitas de carbono favorecendo a transição econômica rumo a uma transição de baixo carbono”, afirmou William Wills, CEO da EOS Estratégia e Sustentabilidade.

Outro passo importante é definir qual o tamanho das emissões de cada segmento do setor, iniciativa que já começou a ser feita por meio de uma parceria entre o IBP e a consultoria WayCarbon. “Em nosso primeiro escopo, feito com 40 associadas do IBP,
identificamos os quatro segmentos que mais emitem dentro do setor de O&G: downstream, com 44%; upstream, com 35%; térmicas, com 16%; e midstream, com 5%. Esse mapeamento vai servir para a avaliação das medidas custo-efetivas para a
descarbonização”, finalizou Julia Rymer, gerente de Mitigação da WayCarbon e uma das palestrantes.

Enviar Mensagem
Estamos online!
Revista digital Oil & Gas Brasil
Olá! Em que posso te ajudar?