Petrobras testa bunker com conteúdo renovável em navio da Transpetro
Teste vai avaliar o uso de novo combustível com menor pegada de carbono
A Petrobras realizou, no sábado (31/12), o primeiro abastecimento de bunker com conteúdo renovável no país. No Terminal de Rio Grande (Terig), no Rio Grande do Sul, a embarcação Darcy Ribeiro, da Transpetro, foi abastecida com o novo combustível com menor pegada de carbono, uma mistura de 90 % em volume de bunker de origem mineral e 10 % em volume de biodiesel. O objetivo do teste é avaliar o uso do bunker com conteúdo renovável durante dois meses e os desafios logísticos associados ao uso do produto.
A fração renovável do novo combustível tem o potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em relação ao bunker, quando considerado o ciclo de vida completo. O percentual estimado de redução de emissões de CO2 equivalente dessa mistura é de cerca de 7 %.
Testes em laboratório confirmam viabilidade da mistura
Na primeira etapa do projeto, durante os testes realizados no laboratório do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), não foram observados impactos no atendimento às principais propriedades da especificação do bunker.
As avaliações da qualidade de queima e da estabilidade da mistura indicaram a aprovação para o teste de campo em embarcação marítima. Existe a expectativa de que a operação do navio confirme os resultados laboratoriais e transcorra sem intercorrências no desempenho dos motores, nos filtros e nos sistemas de purificação do combustível.
IMO tem metas arrojadas para o setor
A IMO (International Maritime Organization), agência da ONU responsável pelas medidas de melhoria da segurança no transporte marítimo internacional e pela prevenção da poluição de navios, tem a meta de reduzir, até 2050, as emissões absolutas de gases do efeito estufa do setor em, pelo menos, 50 % (em relação a 2008). Entre as principais medidas que podem ser adotadas está o uso de combustíveis marítimos com mistura de componentes renováveis, que é uma das soluções em desenvolvimento pela Petrobras.
A partir de janeiro, entrará em vigor a iniciativa IMO 2023, programa que visa estimular a melhoria da eficiência dos navios e a adoção de combustíveis com baixa emissão de carbono. “Com o selo IMO 2023, embarcações passarão a ser classificadas conforme o nível de eficiência energética e a Transpetro vem investindo em diversas soluções nos últimos anos, com foco em levar nossa frota aos melhores patamares de eficiência”, afirma o diretor de Engenharia e Tecnologia Marítima e Terrestre da Transpetro, Jair Toledo. “Para atender a esse indicador, investimos em diversas melhorias. A instalação de apêndices de propulsor e de casco nas embarcações da nossa frota, as ações de otimização operacional entre outras, permitiram a redução de 7 % nas emissões de 2022, comparado a 2021, sendo importante comprovação dos avanços realizados em nossa jornada de evolução de eficiência energética”, revela.
No setor marítimo, dependendo do percentual de biodiesel misturado ao combustível, são necessárias poucas ou até mesmo nenhuma adaptação nas embarcações, o que facilita a adoção deste novo produto. Com o teste de campo, a Petrobras dará mais um passo visando contribuir para a comercialização de combustíveis com menor impacto ao meio ambiente.
Investimento em projetos de baixo carbono
A Petrobras vai investir US$ 4,4 bilhões em projetos com foco na transição energética direcionados a iniciativas em baixo carbono, de acordo com o novo Plano Estratégico para o período de 2023 a 2027. “Estamos trabalhando uma nova geração de produtos e combustíveis mais eficientes e com menores emissões de gases de efeito estufa, em sintonia com as demandas da sociedade. O desenvolvimento do bunker com conteúdo renovável é um exemplo do nosso comprometimento com a transição para um futuro de baixo carbono”, afirma o gerente executivo de Comercialização no Mercado Interno, Sandro Barreto.