Açu vai construir parque de estocagem de petróleo de R$ 2,5 bilhões no Norte Fluminense
Projeto vai gerar 2 mil empregos durante a obra e tem início de operação previsto para 2023
A Açu Petróleo, joint-venture da Prumo Logística com a alemã Oiltanking, planeja começar este ano a construção de um parque de estocagem de petróleo no empreendimento no Norte Fluminense. O projeto, orçado em R$ 2,5 bilhões, terá capacidade para 5,7 milhões de barris, podendo ser ampliado a até 11 milhões de barris, conforme a evolução da demanda. O início da operação está previsto para o fim de 2023. Até lá, durante a implementação, serão gerados dois mil empregos, entre diretos e indiretos.
— O Brasil vai ampliar consideravelmente a exportação de petróleo, numa estimativa de 20% a 30% ao ano, a reboque do aumento da produção com o pré-sal. E vai demandar mais terminais disponíveis. A movimentação no Porto do Açu, vem crescendo 40% anualmente. Já respondemos por 25% das exportações de petróleo. Então, vamos investir um um parque de estocagem — explica Victor Bomfim, à frente da Açu Petróleo.
Esse novo parque contará terá ainda ligações dutoviárias com o sistema de oleodutos do Sudeste, diz o executivo. Atualmente, a malha, que é operada pela Transpetro, passa pelo Norte Fluminense, tem conexão com a Reduc e chega a Minas Gerais. Com isso, será uma alternativa para abastecer refinarias localizadas nessas regiões.
O projeto está em fase de licenciamento e estruturação do financiamento.
— Já temos as licenças da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e do Inea para o parque de estocagem. Para os oleodutos, já contamos com a licença prévia do Inea. Estamos agora estruturando o financiamento da obra. Parte dos recursos serão próprios, parte virá de orgãos como o BNDES ou o bando dos Brics, por exemplo. Há ainda opção das debêntures de infraestrutura.
Historicamente, continua ele, num projeto desse porte, entre 25% e 35% do investimento virão via capital próprio, complementando o restante com financiamento.
No ano passado, as exportações de petróleo brasileiras subiram quase 17% na comparação com 2019, para 500,4 milhões de barris, segundo dados compilados pela ANP. A Petrobras bateu recorde de exportação de petróleo em 2020, com expansão de 33% sobre o ano anterior.
A Prumo Logística vem trabalhando para fazer do Açu um polo logístico e industrial no Norte do Estado do Rio. Em meados de março, anunciou que trabalha para receber uma fábrica de fertilizantes. Por ora, já conta com um acordo para a instalação de uma planta de hidrogênio (insumo para fertilizantes), tendo iniciado a importação do insumo em 2020.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Leonardo Soares, destaca que o governo está trabalhando em projetos para impulsionar a seleção de projetos focados na indústria 4.0.
— O Rio de Janeiro precisa de projetos que tragam empregabilidade imediata. Não temos tempo a perder. Só na região de Macaé, foram 50mil “desempregos” nos últimos cinco anos. O foco é ajudar projetos que tragam vagas na construção civil, na industrialização do Norte fluminense e do interior do Estado — destaca.
O governo está concluindo um banco de projetos digital, que contará com uma seleção de empresas que atuam em pesquisa e desenvolvimento, inovação e qualificação de mão de obra em diversas áreas, que deve entrar no art até o início de maio, diz Soares.
— Estamos validando a minuta do edital de chamada para a seleção de ingresso nesse banco digital, que será aberta a todos os setores. E haverá uma frente para segmentos como óleo e gás, energia renovável, fármacos. Neste mês, planejamos reativar o Compra Rio e as rodadas de negócios — conta ele.
O Compra Rio é um programa que conecta grandes empresas com fornecedores de produtos e serviços fluminenses, promovendo rodadas de negócios. A ideia agora, explica o secretário, é que as negociações possam ser feitas também entre os diversas empresas fornecedoras.