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Estatal: investidores não dão bola para Lula, e ações sobem com bom humor global

Lula – Palavras ao vento: Lula não abalou o otimismo do mercado na última quarta (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em sua primeira entrevista coletiva, após ter todas as condenações da Operação Lava Jato anuladas pelo ministro Edson Fachin, do STF, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado em tom de ameaça ao mercado.

Segundo ele, as empresas que estão “comprando coisas da Petrobras (PETR3; PETR4)” deveriam ficar com medo, porque muita coisa pode mudar, caso ele vença as eleições de 2022. Mas, a julgar pela reação das ações da companhia, na tarde do último dia (10), os investidores estão mais preocupados com outros fatores.

As ações ordinárias da Petrobras fecharam em alta de 4,21%, a R$ 22,29, enquanto as preferenciais avançaram 3,74%, para R$ 22,34. O Ibovespa saltou 1,30%, para 112.775 pontos.

Contrapontos -Isso não quer dizer que os investidores não monitorem os movimentos de Lula, mas, por ora, as forças de alta do papel prevalecem por questões técnicas, segu ndo Victor Benndorf, fundador da Benndorf Research.

O primeiro fator é o bom humor dos investidores internacionais com a aprovação, finalmente, do pacote de ajuda para a economia americana – uma montanha de US$ 1,9 trilhão. O Índice Dow Jones, por exemplo, subia 1,65% às 17h (horário de Brasília).

Na esteira do otimismo global, a aversão ao risco diminuiu. “Os investidores estão comprando Brasil, hoje”, afirma Benndorf. “Vemos uma rotação setorial, e tudo o que é atrelado ao dólar está em baixa”, acrescenta, com a ressalva de que a Petrobras escapa dessa lógica por um motivo: as ações estão muito baratas.

“Quando se analisam os múltiplos, a Petrobras está muito barata; está descontadíssima”, diz o analista. Apesar da forte alta de quarta, Benndorf recomenda cautela. A recomendação da casa que leva seu nome é neutra para os papéis da estatal. O motivo, contudo, não tem nada a ver com Lula, e sim com o atual governo.

Preocupação imediata
A intervenção do presidente Jair Bolsonaro, que decidiu trocar Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna, precisa ser vista com cautela, devido à falta de visibilidade do que será a nova gestão. “Quem quiser se posicionar em Petrobras deve ir mais leve”, diz.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, acrescenta outro fator interno para a alta das ações da estatal: a autorização, por Bolsonaro, para que as empresas privadas importem vacinas. Com isso, melhoram as perspectivas de avanço na imunização em massa dos brasileiras, e, com ela, a retomada da economia.

Por último, Galdi lembra do básico. “A declaração de Lula não tem sentido, porque todas as vendas da Petrobras são blindadas por contrato”.

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