Pesquisadores avistam agregação rara de oito meros em Santa Catarina
Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras, atua em nove estados para garantir a conservação da espécie
Pela primeira vez em 2021, pesquisadores do projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras, conseguiram avistar uma agregação reprodutiva, na qual foram registrados oito peixes da espécie – que pode chegar a 2,40m de comprimento. A avistagem foi feita na semana passada, durante a instalação de um receptor utilizado para monitoramento dos meros em São Francisco do Sul, Santa Catarina. A agregação é um fenômeno raro de ser observado e acontece no período de reprodução da espécie, durante no verão. No passado, as agregações chegavam a reunir centenas de meros, porém, com a pesca predatória, os números foram sendo reduzidos.
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O projeto Meros do Brasil tem nove receptores de telemetria acústica instalados no litoral de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, que enviam informações sobre os peixes rastreados. A técnica de monitoramento consiste na implantação de um marcador (tag) ultrassônico por baixo da pele do animal, que emite um sinal sonoro detectado pelos aparelhos quando os animais estão próximos. Assim, é possível obter dados sobre a movimentação e migração dos peixes marcados entre esses pontos. Estas descobertas sobre padrões comportamentais são importantes para a preservação das áreas de reprodução, que é um fator chave para a conservação da espécie.
Os meros monitorados pelo projeto possuem tamanhos entre 95 centímetros e 2,10 metros de comprimento e pesam até 250 quilos. Pertencente à família das garoupas e também conhecido como “Senhor das Pedras”, o mero (Epinephelus itajara) costuma agregar em recifes de mar aberto. Também são capazes de nadar por centenas de quilômetros para chegar ao local da agregação. Podem viver por até quarenta anos e, por serem dóceis, grandes e fiéis ao habitat, podem se tornar muito suscetíveis à pesca. Devido à destruição de seus habitats, sobrepesca e poluição, atualmente a espécie é considerada criticamente Ameaçada de Extinção e está protegida integralmente há 18 anos.
Meros do Brasil
Seguindo seu compromisso de investir em projetos socioambientais, a Petrobras patrocina o Projeto Meros do Brasil desde 2006, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Criado em 2002 por um grupo de pesquisadores de Santa Catarina, o projeto atua hoje em nove estados da costa do Brasil (Pará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) com o objetivo de garantir a conservação dos ecossistemas marinhos e da espécie. Desde então, tem oferecido os principais subsídios para a recuperação das populações de meros na costa brasileira. Em 2020, o projeto passou a integrar a Rede Biomar para conservação marinha junto a outros cinco projetos, patrocinados pela Petrobras, que são referências na pesquisa e preservação do oceano pelo país (Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar).
Crédito do vídeo: Áthila Bertoncini / Projeto Meros do Brasil