Petrobras obtém reconhecimento internacional por pioneirismo em captura e armazenamento de CO2 (CCUS)
Atualmente, as 22 plataformas que operam no pré-sal da Bacia de Santos são equipadas com a tecnologia de CCUS.
A Petrobras recebeu, em Varsóvia (Polônia), reconhecimento inédito concedido pela entidade global “Carbon Sequestration Leadership Forum” (CSLF), pela contribuição da companhia ao desenvolvimento da tecnologia de captura e armazenamento de CO2 (CCUS). É a primeira vez que uma empresa da América Latina obtém essa premiação, que destacou a relevância do projeto de CCUS para a indústria mundial, sua demonstração de segurança no armazenamento geológico, além da contribuição para o desenvolvimento das tecnologias requeridas para implantação de tais projetos.
No ano passado, a Petrobras bateu recorde mundial ao reinjetar 10,6 milhões de toneladas de CO2 nos reservatórios do pré-sal, o equivalente a 25% do total reinjetado pela indústria global em 2022, segundo o Global CCS Institute. Esse projeto, que associa o CCUS à recuperação avançada de petróleo (EOR – enhanced oil recovery), foi crucial para a Petrobras viabilizar a produção de petróleo com menor emissão por barril produzido (cerca de 40% menos emissões na produção do que a média mundial). Atualmente, as 22 plataformas que operam no pré-sal da Bacia de Santos são equipadas com o CCUS-EOR.
Coordenada pelo Departamento de Energia dos EUA, a CSLF é uma instituição multilateral, com participação em nível ministerial de 25 países e da Comissão Europeia. Seu objetivo é viabilizar técnica e economicamente projetos de captura e armazenamento de CO2 de relevância internacional para os diversos segmentos industriais, principalmente o de energia. Além disso, o CSLF promove a conscientização e defende a criação de ambientes legais, regulatórios, financeiros e institucionais favoráveis a essas tecnologias, estimulando a cooperação entre diferentes membros e projetos.
Projeto de importância global
“Esse reconhecimento confirma nossa contribuição na superação de desafios de relevância global relacionados à mitigação da mudança climática. Nosso projeto de CCUS é o maior do mundo em capacidade anual de reinjeção de CO2 e vamos usar toda essa experiência e conhecimento para desenvolver novas oportunidades no ambiente de transição energética, contribuindo para reduzir as emissões não só da Petrobras, mas do país como um todo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Próximos passos
Desde o início do projeto CCUS, que começou como um piloto no campo de Tupi, a Petrobras já reinjetou 40,8 milhões tCO2 nos reservatórios do pré-sal. A meta é ampliar a capacidade anual de reinjeção e alcançar a marca de 80 milhões de toneladas de CO2 reinjetados até 2025.
A Petrobras estuda também implementar no Brasil projeto inédito de hub de captura e armazenamento geológico de CO2 (CCS) em parceria com outras empresas. O projeto consiste em criar uma infraestrutura de escoamento do CO2 a partir de locais de captura em instalações industriais – até seu armazenamento permanente feito em um reservatório abaixo do leito marinho.
Em fase de estudos, a previsão da companhia é instalar um projeto piloto de CCS no terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro, com capacidade de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano. A implantação ainda depende de análises complementares. A iniciativa é o primeiro passo para a posterior implantação de hub de CCS em grande escala.
Fórum Técnico da CSFL
O fórum técnico da CSFL é composto por especialistas de classe mundial, reconhecidos por sua atuação nas áreas de captura, armazenamento e recuperação avançada de dióxido de carbono (CO2). Como critérios para a premiação, os pesquisadores avaliam se a iniciativa pode ou não ser caracterizada como um projeto de CCUS, se reúne as condições e características necessárias e se contribui efetivamente para o avanço da tecnologia de CCUS em um cenário de baixo carbono.
Para se ter ideia, os 26 membros do CSLF respondem por 60% da população mundial (são mais de 3,5 bilhões de pessoas) em seis continentes. Esse contingente responde, por sua vez, por 80% das emissões totais de dióxido de carbono (CO2).