Petrobras volta a adiar entrega de ofertas vinculantes pelo Polo Garoupa, dizem fontes
A Petrobras adiou pela quarta vez a entrega das ofertas vinculantes pelo Polo Garoupa, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto, à medida que o apetite dos investidores pelo setor de petróleo “offshore” do Brasil diminui rapidamente.
Com produção anual de 19.600 barris de óleo equivalente por dia, segundo documentos divulgados pela estatal no ano passado, em meio ao processo de venda da área, Garoupa é o maior ativo de produção no portfólio de desinvestimentos da Petrobras.
Embora uma série de potenciais compradores tenham analisado inicialmente o ativo, entre eles a brasileira PetroRio, a anglo-francesa Perenco e a britânica Premier Oil, os baixos preços atuais do petróleo tornam a venda cada vez mais difícil, disseram as fontes, que pediram anonimato por possuírem cláusulas de confidencialidade.
Mesmo antes do colapso nas cotações do petróleo em meio às medidas de isolamento social devido ao coronavírus, o ativo já era considerado complexo, por causa dos altos custos de descomissionamento e da geologia desafiadora, segundo as fontes.
O prazo inicial para a entrega das ofertas vinculantes ia até o início de dezembro, mas foi prorrogado para março —e depois para o final de abril. Agora, mais uma postergação ocorre, para até 21 de maio, afirmaram as fontes.
Em abril, o Polo Garoupa foi hibernado —assim como outros ativos de águas rasas pertencentes à Petrobras, que tendem a ter custos relativamente altos. Uma das fontes disse que a medida representou um novo revés para o processo de venda, já que um período significativo de hibernação pode significar a necessidade de grandes manutenções quando a retomada acontecer.
Ao menos três empresas que inicialmente analisaram o ativo deixaram, desde então, a corrida pela compra, incluindo o fundo de private equity norte-americano EIG Global Energy Partners. Enquanto isso, muitas empresas independentes de pequeno e médio porte que têm apresentado ofertas por ativos de produção da Petrobras verificaram uma rápida deterioração de capital nos últimos meses.
A Petrobras não respondeu de imediato a um pedido de comentários, assim como Perenco, Petro Rio e Premier.
O EIG se recusou a comentar.
Na semana passada, a Reuters já havia noticiado que a Petrobras adiou os planos para a venda de sua fatia no Polo Marlim devido às condições desafiadoras do mercado.
Agência Reuters