Sobreoferta resistente aumenta especulação de petróleo armazenado em navios
O cenário de preços baixos e a consequente sobreoferta vão fazer com que, nos próximos meses, ainda haja procura por estoques de petróleo em navios-tanque no mundo inteiro. A avaliação é que a economia, que não terminou de desacelerar, e os cortes na produção mundial ainda não foram suficientes para reduzir essa sobreoferta na velocidade que o mercado gostaria. Analistas apontam que a principal diferença desse ambiente em relação às crises anteriores é que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) trouxe impacto mais descentralizado às economias mundiais, afetando drasticamente o consumo como um todo.
Para o professor de Relações Internacionais da ESPM-SP, Gunther Rudzit, não deve haver mudanças tão significativas nesse setor nos próximos meses, principalmente no que é produzido nos países exportadores sem mercado interno. “Mesmo que haja aumento da produção de novos reservatórios, ao mesmo tempo em que se acelere a diminuição da produção do shale gas (gás de xisto), ainda haverá nos próximos meses — arrisco dizer pelo restante do ano — essa dificuldade de se conseguir estocar petróleo e seus derivados”, disse.
Portos e Navios